quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Canção de amor foi transformada em samba enredo.

E virou tema de novela...Parabéns Nilton de Souza nosso grande artista Niltinho Tristeza.

A história por trás de "Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós"
Niltinho Concedeu entrevista ao Jornal O Globo contando como foi a criação deste samba , alís transformação pois já estava pronto como uma musica romântica.
O feliz acaso de letra adaptada à música que já estava pronta

— Disse aos meus parceiros que tinha uma melodia. Nós quatro mudamos a letra — diz Niltinho, autor de “Tristeza”, com Haroldo Lobo, sucesso tão grande se incorporou a seu nome.
A transformação da música de amor em samba-enredo foi fácil porque parte da letra original ficou. O início, que era “Vou me perder contigo, amor/ Nos acordes da poesia”, virou “Vem, vem vem reviver comigo amor/ O centenário em poesia”. Só o refrão final foi criado após a escolha do tema. Tanto a letra quanto a melodia:
— Quando pegamos a sinopse, achei que “Liberdade, liberdade/ Abre as asas sobre nós” pedia
A melodia de Niltinho fez a diferença. Foi no quesito samba-enredo que a Imperatriz venceu a Beija-Flor de Nilópolis, num resultado polêmico, já que o Cristo Mendigo de Joãosinho Trinta empolgou o país. A Imperatriz ficara em último lugar em 1988 e permaneceu no Grupo Especial no tapetão.
O enredo sobre os cem anos de República estava afinado com a história oficial e exaltava em versos Caxias, herói do Exército. O sambão resistiu ao tempo e à polêmica . Hoje, ele está na abertura da novela “Lado a lado”, às 18h, na TV Globo.

Leia mais sobre esse assunto em: 
Trechos da entrevista concedida ao Jornal o Globo.

Outros sambas que Niltinho levou para a avenida.

Listamos aqui, quatro sambas enredos além do Liberdade de 1989 que Niltinho com parceiros variados pode ver sua escola do coração desfilando embalada por seus versos.
São eles de 1971: Barra de Ouro, Barra de Rio, Barra de Saia, em 1987 Estrela Dalva e em 1991, O que é o que a Banana tem? e em 2006, Um Por todos e Todos por um.

Barra de Ouro, Barra de Rio, Barra de Saia • Imperatriz 1971
(Niltinho Tristeza e Zé Catimba)

É tempo de barra de ouro
Barra de rio, sim, senhor
È tempo de barra de saia
União de três raças por amor

(Vamos cantar…)
A Imperatriz se engalana
Por destino soberana
E traz pra este carnaval
Fatos de uma era tão marcante
Em que o ouro era constante
Despertando a cobiça Universal
Quando aventureiros vindos de além-mar
Com o ouro encontrado procuravam conquistar
Os amores das nossas negras, mulatas e sinhás
E nas barras de suas saias, entoavam madrigais
Sem saber amar

Inaê que vem do tempo
Que traz o vento
Que faz o ouro rolar no rio
Que faz o rio rolar pro mar, rolar pro mar

Olha a saia dela, Inaê
Como o vento leva no ar

Lá, laiá, laiá
Ôôô…
Lá, laiá, laiá
Ouro, rio, amor


Estrela Dalva • Imperatriz 1987

(Bill Amizade, Guga, Niltinho Tristeza e Zé Catimba)

Zum, zum, zum, zum, zum, zum…
A bateria
Zum, zum, zum, zum, zum, zum…
É harmonia
Hoje é dia de festa
Hoje é dia de folia

Oh! Saudade, ô
Hoje você é Carnaval
No palco do amor
O teu papel, é o esplendor, ô ô
A Estrela Dalva brilha
E ilumina o meu sonhar
É a luz, é a poesia
É a vontade de cantar (Vamos lá)
Lá, lá, lá, lauê
É carnaval, vou me perder
Lá, lá, lá, lauê
Vem, meu amor, quero você

Bandeira branca
Meu amor, eu peço paz
Vamos sambar
Viver feliz e nada mais

O Que É Que A Banana Tem? Imperatriz Leopoldinense 1991

(Flavinho, Guará da Empresa, Guga, Niltinho Tristeza, Preto Jóia e Tuninho Professor)
Vem, meu amor
vem se perder no bananal em flor
vem de lá do sul da ásia
a fruta, deus criou (índio dança!)
Índio dança
ao receber dos espanhóis (o que, o que)
a banana
é ouro, é festa em cada um de nós (ê, baianas)
na exportação (fala brasil!)
Ó meu brasil menino, a força é teu chão
lá vai são thomé… sabor de prazer
banana engorda e faz crescer
o facão bateu embaixo
pra bananeira cair

Ai, ai, que maldade
não tire esse verde daí

(tem de prata)
tem prata, leva d’água e da terra
“se ligue, amor”, na voz do cantador
a nossa bandeira com ela… despontou
a lua já surgiu também
pra ver o que a banana tem
o meu sonho de ser feliz
vem de lá… sou imperatriz
na poesia e na canção
carmem miranda, um turbilhão de paixão
na “musa-flor” o sábio se inspirou
a tropicália em nós brilhou

Hoje eu quero é paz no meu coração
extravasar minha emoção



Um Por Todos E Todos Por Um - 2006

(Amaurizão, Maninho do Ponto, Niltinho Tristeza e Tuninho Professor)
Meu amor!
A imperatriz chegou agora
é carnaval! O lema é…
um por todos e todos por um…
garibaldi, o nosso herói, viveu
uma história de luta e paixão que alexandre dumas
assim descreveu (e pelo mundo)
pelo mundo navegou
nas batalhas que travou
liberdade foi seu ideal (de lá pra cá…)
no brasil, quanta riqueza!
Abraçando a natureza
ele se encantou (e foi por aí…)

Foi por aí assim…
no balanço da expedição
a santa e bela catarina
virou seu chão (mas vê…)

Vê! Que momento lindo! Amor… amor
quando viu anita, ele se apaixonou
amada, valente, guerreira
com ele, na paz e na dor
com os rebeldes lutou românticas…
de tantas aventuras, mundo afora
viraram mitos na história popular

A alegria tomou conta da cidade
vou me acabar
de verde-e-branco, cheio de felicidade
até o som raiar (meu amor!)


Estas são algumas das contribuições de Niltinho Tristeza tanto para o carnaval carioca, quanto para a Musica Popular Brasileira..

Agradecemos ao site Samba de Raiz.Net pela pesquisa e lá os leitores poderão ouvir o áudio destas pérolas.

 http://www.sambaderaiz.net/imperatriz/


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Liberdade, Liberdade! O samba que o Povo Jamais Esqueceu.



O samba que o Povo Jamais Esqueceu.
Por Flávio Trindade de Almeida(reprodução de reportagem do Jornal Meia Hora de Domingo , 16/09/2012.
Quatro lendas do samba se reencontraram pela primeira vez, desde que entraram para a história como os autores do samba-enredo “Liberdade, Liberdade! Abe as Asas sobre nós”, qu deu o título do Carnaval de 1989 à Imperatriz Leopoldinense. Preto Joia, Niltinho Tristeza, Vicentinho e Jurandir foram à quadra da escola de Ramos relembrar o sucesso e comemorara a escolha do hino da Verde e Branca como tema de abertura da novela das seis da TV Globo, Lado a Lado, que estreou n segunda-feira.
“Soube com um mês de antecedência que o Liberdade seria tema da novela. Os produtores entraram em contato comigo, e todos ficamos muito felizes. É uma coisa que nos dá orgulho”, festeja Preto Joia, revelando que era a primeira vez que os quatro se reuniam desde 1989, “Encontrávamos um ou outro separadamente, ou aqui mesmo na quadra, mas os quatro juntos é a primeira vez desde a comemoração daquele título”.
“Mas nem por isso deixamos de ser amigos” intervém Niltinho Tristeza, que abria sua casa para reuniões dos bambas que resultaram na composição do Samba da Imperatriz de 1989, cujo enredo eram os 100 asnos da Proclamação da República. “Eu sempre morei aqui em Ramos, o Jurandir era da Barreirado Vasco, o Vicentinho, do Alemão, e depois chegou o Preto Joia que era da Vila Cruzeiro. Todos éramos de comunidades. Não tínhamos dinheiro, investimos do nosso bolso e ganhamos”.


PARCERIA AO ACASO QUE PODE VOLTAR A SE REPETIR 25 ANOS DEPOIS.
Reunião de sambista que se preze tem de ter história. E não foi diferente com esses bambas. Apesar do sucesso retumbante, Liberdade não era um dos favoritos na escolha dos sambas da Imperatriz, e a parceria do quarteto foi feita ao acaso. Éramos eu, Vicente e Niltinho. Só depois chegou o Preto Joia, que fazia parceria com Zé Catimba e Flavinho, que tinham vencido a eleição no ano anterior. Era o elemento que faltava pra gente”, conta Jurandir. ‘Foi como trocar o Flamengo pelo olaria”, ri preto Joia. ‘Perguntavam se eu estava maluco, mas digo que foi uma coisa divina. Nossa Senhora da Penha me levou até esses caras”.
No entanto, o sucesso jamais foi repetido. Apesar de vitórias individuais, os quatro nunca mais compuseram novamente juntos. Algo que pode mudar para 2014. “ Serão 25 anos do Liberdade. Quem sabe poderemos nos juntar novamente pra compor? , sugere Vicentinho.

Hino Garantiu a Vitória da Imperatriz sobre “Ratos e Urubus”.
Se Existe alguma dúvida de que samba ganha título, Liberdade está ai para comprovar que sim. Em 1989, Imperatriz e beija Flor fizeram desfiles memoráveis. A escola de Ramos cantou o centenário da proclamação da republica, sobe o comando do Carnavalesco Max Lopes; enquanto a de Nilópolis surpreendeu com Ratos e urubus, Larguem minha fantasia, de Joãosinho Trinta. Empatadas até o fim, a vitória da Verde e Branca veio justamente no quesito Samba-enredo. “As duas escolas foram nota 10 na Avenida. Durante a apuração fdoi uma tensão, mas quando chegou a hora de desempatar no quesito samba-enredo, nós sabíamos que seria nosso”, orgulha-se Niltinho Tristeza. Os quatro autores do samba histórico recusam o rótulo de lendas do Carnaval”. “Quando nos reuníamos lá em 1988, eramos apenas quatro caras que gostavam de samba. E hoje nossa recompensa é o samba ser cantado”, afirma Jurandir.
 Liberdade, Liberdade! Abra as asas sobre nós
Vem, vem, vem reviver comigo amor
O centenário em poesia
Nesta pátria, mãe querida
O império decadente, muito rico, incoerente
Era fidalguia
Surgem os tamborins, vem emoção
A bateria vem no pique da canção
E a nobreza enfeita o luxo do salão
Vem viver o sonho que sonhei
Ao longe faz-se ouvir
Tem verde e branco por aí
Brilhando na Sapucaí
Da guerra nunca mais
Esqueceremos do patrono, o duque imortal
A imigração floriu de cultura o Brasil
A música encanta e o povo canta assim
Pra Isabel, a heroína
Que assinou a lei divina
Negro, dançou, comemorou o fim da sina
Na noite quinze reluzente
Com a bravura, finalmente
O marechal que proclamou
Foi presidente
Liberdade, liberdade!
Abra as asas sobre nós (bis)
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz







domingo, 19 de fevereiro de 2012

Martinho da Vila menciona Niltinho ao fim de reportagem.

Martinho da Vila: É Carnaval! Até a tristeza se alegra
Rio - O povo brasileiro é o mais alegre do mundo. Um rosto pode chorar e rir ao mesmo tempo. Há velórios festivos, cortejos fúnebres com música, palmas no descer de caixões à sepulturas. Interpretamos canções tristes sem tristeza e pulamos alegremente nos carnavais com o choro do Pierrô Apaixonado de Noel Rosa e Heitor dos Prazeres: “Um Pierrô apaixonado, que vivia só cantando, por causa de uma colombina acabou chorando, acabou chorando. A colombina entrou no botequim, bebeu, bebeu, saiu assim, assim, dizendo: Pierrô cacete, vai tomar sorvete com o arlequim. Um grande amor tem sempre um triste fim. Com o Pierrô aconteceu assim. Levando esse grande chute foi tomar vermute com amendoim”.Para nossa alegria, Benedito Lacerda e Humberto Porto criaram uma jardineira que ficou triste com a morte de uma flor; Newton Teixeira e Cristóvão de Alencar se decepcionam com o mal-me-quer, assim como Nássara e Frazão falaram mal das flores belas: “Oh! Jardineira por que estás tão triste? Mas o que foi que te aconteceu? Foi a camélia que caiu do galho, deu dois suspiros e depois morreu”. “Eu perguntei a um malmequer, se meu bem ainda me quer, e ele então me respondeu que não. Chorei, mas depois eu me lembrei que a flor também é uma mulher que nunca teve coração”. “Entre uma rosa amarela, um cravo branco e um jasmim, encontrei a Florisbela entre as flores de um jardim. Implorei um beijo dela e ela nem olhou pra mim. Afinal as flores belas, todas elas, são assim”.Sem lamento algum nos alegramos com a insinceridade da Aurora, criada por Mário Lago e Roberto Roberti, assim como cantamos para uma moreninha de corrente de luz dos olhos que faz cegar, de João de Barro e Lamartine Babo: “Se você fosse sincera, ô ô ô ô Aurora! Veja só que bom que era, ô ô ô ô Aurora! Um lindo apartamento com porteiro e elevador e ar refrigerado para os dias de calor. Madame antes do nome você teria agora. Ô ô ô ô Aurora!”. “Vem moreninha, vem tentação! Não ande assim tão sozinha, que uma andorinha não faz verão. Dizem morena que o teu olhar tem corrente de luz que faz cegar e o povo anda dizendo, que esta luz no teu olhar a Light vai mandar cortar”.Nos finais de bailes, antes do hino da Cidade Maravilhosa, de André Filho, nos despedimos alegremente com a saudade do Max Nunes e do Laércio Alves, que sofreram por um amor: “Bandeira branca amor, não posso mais. Pela saudade que me invade eu peço paz”. Vamos sonhar e cantar como fizeram Niltinho e Haroldo Lobo: “Tristeza, por favor vai embora. Quero voltar aquela vida de alegria, quero de novo cantar”.


Publicado no Jornal O Dia em 18/02/2012 http://odia.ig.com.br/portal/opiniao/martinho-da-vila-%C3%A9-carnaval-at%C3%A9-a-tristeza-se-alegra-1.408897

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Grandes sambistas no RJ TV.


Sambas que marcaram época. David Correa (Portela), Aluisio Machado (Império Serrano) Niltinho Tristeza (Imperatriza Leopoldinense)
Reportagem no RJ Tv, sobre os grande sambas e seus compositores.
Veja no link abaixo.